terça-feira, 11 de outubro de 2011

rascunho da podridão

Esse maldito sol não aquece nossos corações, frios e irônicos. Desejei toda a paixão, joguei fora toda compaixão. Enoja-me pensar o quão desgraçados somos, repulsivos exibindo nossos largos sorrisos amarelos. Um cigarro entre os dedos de unhas roídas, milhares de beijos por debaixo de toda a fumaça, por deus, o que pode existir de mais belo?
 Coração bate sereno no peito, 'isso é um sonho?'
 O gosto amargo do café vem roubar meu ar, sufoca enquanto ele ri. Depois enfia a mão na garganta e arranca sua traqueia numa vã tentativa de me presentear com seus pulmões. Asfixia o amor dentro de mim. Nossa ironia fere. Dói na pele, dói na alma. Mas eu gosto de vê-lo sangrar.
Esse fodido cheiro de mijo não esbanja mais náuseas do que nos. Maldito sol que ilumina nossas faces hipócritas, tão cheias de sujeira e vazias de sentimento. Nossa arrogância foi injetada com vinagre. Vomitemos em todos, nossa grande apatia revirada no estomago, parabéns, conseguimos: é tudo tão fria que congela a brasa da ponta.